O cenário na Lagoa do Piató é de entristecer quem já viveu momentos de lazer e de confraternização no ponto turísitico que hoje está desolado e abandonado, devido à seca que atinge a região do Vale do Açú, atualmente.
Depois que o Canal do Panon foi aterrado devido ao tempo, já que a última vez que abriram o acesso para o rio foi na gestão do ex-prefeito Ronaldo Soares, a Lagoa não recebeu mais água alguma, tornando-a praticamente seca e isolada.
Os peixes que ali existiam e alimentavam a comunidade ribeirinha do Porto Piató não existem mais. Os pescadores agora viraram agricultores e tentam plantar trigo e feijão nas margens rachadas, mas ainda úmidas do Piató. É o caso do senhor Benedito Constantino dos Santos, de 74 anos, que para sustentar sua família planta no local que antes pescava e obtinha seu pão de cada dia.
Nas instalações ao redor, onde nas cheias funcionavam bares, restaurantes e quiosques não existe mais movimentação e a sensação é de abandono, inclusive por parte do poder público.
Com a economia parada, as mulheres tentam ajudar no orçamento dos lares fabricando artesanato ou até mesmo cintas feitas da palha de carnaúba para amarrar a tubulação das refinarias da Petrobrás que passam na região, vendida por R$ 0,50 o metro, valor insuficiente para ter lucro diante do trabalho nas tranças, segundo as artesãs.
Se não chover nos próximos meses, teremos um cenário parecido com o dos anos 80, quando a lagoa atingiu o nível mais baixo, a ponto dos carros atravessarem por dentro da parte mais funda do local. Perguntado ao senhor Constantino se ele não temia perder a plantação, caso chovesse, ele foi enfático: “Minha maior alegria hoje seria essa, ver a água inundar essa terras novamente”.
Fonte: De olho no Assu
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