Leitura da vegetação
Francisco Lucas da Silva |
Catingueira |
Catingueira - Quando a catingueira está esperando um bom inverno, ela chora uma resina do caule dela mesmo.
Palmatória |
Palmatória - Quando o ano é mau de inverno, você chega num partido (área delimitada de plantio) de palmatória e dificilmente vê uma fruta.
Baobá |
Baobá - A folha do baobá tem cinco pontas que representam as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. Segundo os historiadores, é a árvore de sofrimento, até porque a região nativa dela é o deserto do Saara. Ela captura água para as pessoas que andam no deserto morrendo de sede. Eles furam um buraco no tronco dela e aquele buraco forma uma bacia, e aquela bacia enche d'água como se fosse água mineral. Por isso é que a chamam de árvore sagrada.
Categorias de plantas - As categorias de plantas são agrupadas conforme o tipo de ambiente em que vivem. Na caatinga tem mais a jurema, a catingueira, o pereiro. Na chapada, você encontra mais o marmeleiro, o mufumbo, a catingueira, a catanduva, a aroeira.
Juazeiro, Pereiro, Cumaru - São plantas que se revestem na caatinga sem receber água, porque a natureza oferece um ciclo de oxigênio para elas se revestirem, para quando chegar a chuva elas estarem prontas para vaguear, para produzir a sua semente. O problema é que o homem faz a devastação e a terra fica totalmente raleada, queimada. Isso faz com que a outra planta que iria se reproduzir, como o juazeiro, o pereiro, o cumaru, essas plantas que se revestem antes do inverno pegar, morram. Estão morrendo porque o solo está desprotegido e elas estão recebendo muita quentura no caule e não dá para reagir. Acredito que essas plantas que se revestem fornecem um tipo de gás que contribui para as nuvens e para a atmosfera da Terra.
Juazeiro, Pereiro, Cumaru - São plantas que se revestem na caatinga sem receber água, porque a natureza oferece um ciclo de oxigênio para elas se revestirem, para quando chegar a chuva elas estarem prontas para vaguear, para produzir a sua semente. O problema é que o homem faz a devastação e a terra fica totalmente raleada, queimada. Isso faz com que a outra planta que iria se reproduzir, como o juazeiro, o pereiro, o cumaru, essas plantas que se revestem antes do inverno pegar, morram. Estão morrendo porque o solo está desprotegido e elas estão recebendo muita quentura no caule e não dá para reagir. Acredito que essas plantas que se revestem fornecem um tipo de gás que contribui para as nuvens e para a atmosfera da Terra.
Carnaúba |
Cana-de-açúcar |
Cana-de-açúcar - Nós temos aqui na nossa região a nossa cana-de-açúcar. Como nosso solo do agreste é muito fértil, não usamos muito adubo, nem tampouco agrotóxico. As pragas não gostam da folha da cana. Ela é uma planta altamente rica em açúcar, mas a folha dela é sugada, não tem nutriente até para o próprio inseto. É riquíssima! Da cana-de-açúcar você faz o mel, o açúcar e a rapadura.
Feijão Macaca |
Feijão Macaca - Macaca é um nome indígena. O índio encontrou a semente dele na mata e deu o nome de macaca. Contam que foi porque ele foi caçar e não matou nenhuma caça. Encontrou aquele pé-de-feijão bem vargeado, apanhou aquelas vagens de feijão, chegou em casa, debulhou e botou no fogo. Quando foi na hora do almoço, só tinha aquele feijão. Aí a mulher disse: "Fulano, venha comer! A má caça já está pronta!". Porque ele não encontrou uma caça de verdade.
Vive-morre |
Vive-morre - É uma planta que é e não é tóxica. Ela não é tóxica para o gado que está acostumado com ela e sim para o animal que não está acostumado. O animal da região come ela e não tem nada. Mas na várzea não tem esse mato, então os animas de lá que chegam onde tem a planta, um cavalo, por exemplo, ele passa a noite pastando dentro do cercado. Se a gente botar a sela e for viajar, campear é sujeito a ele ter um ataque cardíaco e morrer na hora. Ele não está acostumado. A planta é tóxica, aí ataca o coração dele e ele morre na hora. Agora, os animais da região, não. Já estão acostumados.
Floração e chuva |
Floração e chuva - Têm várias plantas, umas floram para chover e outras floram após o inverno. É preciso você prestar atenção a essas mudanças. O pereiro florou, eu já estou sabendo que é um bom inverno. A jurema florou após o inverno, já estou sabendo que o inverno acabou. Quer dizer, a jurema me disse que ela florou hoje e que agora avante é verão, não vai chover.
Jaramataia - Quando a jaramataia nasce no mangue de água doce, isso me diz que é para a croa não se decompor, pois ela entrelaça toda essa croa de raiz. Esse intrelaço das raízes acontece na vertical do baixio. Parece que ela já nasce com o intuito de ajudar, de conservar a própria natureza. A semente dela só nasce em baixio de enchente. Ela não nasce no molhado do tabuleiro, ou seja, só nasce no molhado em que outra semente apodrece. Quer dizer, ela precisa do baixio bem molhado para ela fermentar e nascer. Espinheiro-de-bode - Espinheiro-de-bode por quê? Porque ele tem uma vagem que quando abre solta uma semente, e o bode vem e come. A casca dele serve para tinturação, porque dá uma gosma muito forte que antigamente era usada na tinturação da linha de algodão, usada pra fazer rede, para não apodrecer.
Jaramataia - Quando a jaramataia nasce no mangue de água doce, isso me diz que é para a croa não se decompor, pois ela entrelaça toda essa croa de raiz. Esse intrelaço das raízes acontece na vertical do baixio. Parece que ela já nasce com o intuito de ajudar, de conservar a própria natureza. A semente dela só nasce em baixio de enchente. Ela não nasce no molhado do tabuleiro, ou seja, só nasce no molhado em que outra semente apodrece. Quer dizer, ela precisa do baixio bem molhado para ela fermentar e nascer. Espinheiro-de-bode - Espinheiro-de-bode por quê? Porque ele tem uma vagem que quando abre solta uma semente, e o bode vem e come. A casca dele serve para tinturação, porque dá uma gosma muito forte que antigamente era usada na tinturação da linha de algodão, usada pra fazer rede, para não apodrecer.
Espinheiro-de-bode, Juazeiro, Trapiá e Feijão-bravo - São vegetações que enramam sem chover. Quando o inverno chegar, como a vagem é dura, a natureza se encarrega de molhar a vagem para ela abrir e soltara semente. Feijão-bravo - Quando o feijão-bravo macheia a carga, o ano é mau. Quando o feijão-bravo segura a carga dele 100% é um ano bom de inverno.
Macambira - Ela tem duas utilidades: na comida, serve de ração para o gado e para o ser humano. Tira-se o miolo da cabeça da macambira, bota para secar, faz a farinha e a goma do beiju. A outra utilidade é a corda da macambira, que é uma imbira mais fraca que a do agave. Os índios usavam para várias coisas, para fazer esteiras, cobertores e para cobrir a casa.
Juazeiro |
Juazeiro - No final do ano, se ao meio-dia garoar, é claro e evidente que o inverno está próximo. Quando ele está bem enramado, por volta de dezembro e a gente chega na sombra dele de doze horas do dia, a gente sente que ele está garoando. É sinal de bom inverno. Agora, o juazeiro não está mais enramando em dezembro, por quê? Por conta da mudança climática que houve. O lençol freático não está contribuindo para que a raiz dele capture aquela água. Piquiá - É uma madeira naval. Ela não é uma madeira de construção de casa, porque pela temperatura ela quer água. Sem a água ela empena, e dentro d'água ela não apodrece, ela tem durabilidade.
Pereiro |
Pereiro - É muito sensível aos anos secos. Ele só toma carga num ano bom de inverno, quando solta muita semente. A semente do pereiro tem um algodãozinho, uma pluma que o vento leva a distância. É por isso que aqui no nosso terreno a mata nativa tem muito pereiro. É uma árvore que demora muito a fornecer madeira para construção. A estaca demora 50 anos para chegar à espessura de 1 litro, num diâmetro de 10 cm.
Jurema - É uma árvore que suporta a seca e, com um ano bom de inverno, ela reage. Com cinco ou seis anos você corta um partido de jurema, e com mais cinco ou seis anos aquele cipó que ficou dá madeira novamente. É a madeira mais procurada aqui na nossa região por ser a mais rápida no crescimento.
Jurema - É uma árvore que suporta a seca e, com um ano bom de inverno, ela reage. Com cinco ou seis anos você corta um partido de jurema, e com mais cinco ou seis anos aquele cipó que ficou dá madeira novamente. É a madeira mais procurada aqui na nossa região por ser a mais rápida no crescimento.
Fonte: Livro A natureza me disse
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