Uma polêmica interpretação do trio de arbitragem no lance mais importante do jogo colocou o América-RN na liderança e mergulhou o Guarani na zona de rebaixamento. Em um duelo decidido nos mínimos detalhes, os centímetros da bola que entrou (ou não) decidiram a partida. Convicto, o trio de arbitragem validou o gol de Isac, suficiente para o Mecão derrotar o Bugre por 1 a 0, na noite desta sexta-feira, no Estádio Nazarenão, em Goianinha, pela continuação da oitava rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
A vitória manteve os 100% de aproveitamento do time potiguar como mandante - cinco das seis vitórias da equipe no torneio foram no Nazarenão. Com 19 pontos, o América-RN empatou com o xará mineiro, mas leva vantagem no número de gols marcados (17 contra 15). A "parceria" americana na ponta pode acabar neste sábado. Para isso, basta o Criciúma vencer o CRB, no Heriberto Hulse.
Do outro lado da tabela, só lamentações. Em seu sétimo jogo no campeonato, o Guarani acumulou a quarta derrota e segue sem vencer longe de Campinas. Pior: voltou a repetir os erros das rodadas passadas, quando só esboçou uma reação ao sofrer o gol. Vice-campeão paulista, o desfigurado Bugre soma sete pontos e está em 17º lugar, na primeira posição dentro da zona de rebaixamento. Esta é a quarta partida seguida sem vitória alviverde.
A chance de reabilitação é já nesta terça-feira. Com o reforço de Oziel, Neto e possivelmente Bruno Mendes, o Guarani recebe o Ipatinga, às 21h, no Brinco de Ouro, em Campinas. Já o América-RN só volta a campo para defender a liderança no próximo final de semana, contra o CRB, às 16h20 de sábado, no Rei Pelé, em Maceió.
Primeiro tempo sem inspiração de nenhum dos ladosUm festival de erros de passes, finalizações e posicionamento. O primeiro tempo em Goianinha não foi nada inspirador. Carente pela ausência de Júnior Xuxa, que foi para o exterior, o América-RN até tomou a iniciativa em campo, mas padeceu por um meio-campo travado e sem criatividade. Já o Guarani, que foi ao Rio Grande do Norte para cadenciar o jogo, demorou para entrar de vez no jogo. Estreante da noite, Schwenck ficou boa parte do tempo isolado e pouco colaborou com o time.
Sem inspiração, o jeito era apostar na velocidade pelos flancos. Assim, Wanderson teve boa chance aos dez minutos, ao passar por todo o lado direito da defesa do Guarani. Na hora do chute, pegou na orelha da bola e mandou fraco. O Mecão ainda mostrou variação de jogadas ao arriscar pelo alto: Isac completou cobrança de escanteio e desviou por cima do travessão, com perigo.
A primeira chegada do Guarani ao ataque demorou 25 minutos, e não foi tão perigosa assim. Danilo Sacramento cobrou falta na direção de Rodrigo Arroz, que, de cabeça, ajeitou para Schwenck. O atacante não conseguiu o chute, e a bola voltou para Arroz, que bateu torto demais, sem direção. Na sequência, em outra descida alviverde, Bruno Recife experimentou a batida cruzada, sem sucesso.
O melhor momento da partida, até pela insistência, foi vermelho. O América-RN esboçou uma pressão nos minutos finais do primeiro tempo, mas parou duas vezes em Emerson. Na primeira, Wanderson bateu de fora da área, e o goleiro bugrino espalmou para longe. No rebote, Raphael Augusto - também fora da grande área - tentou mais um chute cruzado, outra vez bem defendido pelo camisa 1.
Mecão faz gol polêmico e Guarani repete erros do passadoInsatisfeito com o meio-campo, Roberto Fernandes trocou de meia armador: Raphael Augusto ficou no vestiário, Thiago Galhardo ganhou sua chance. A mudança foi no meio, mas o mapa da mina foi, como no primeiro tempo, o lado esquerdo. Nas costas de Chiquinho, o América-RN criou a jogada que garantiu sua vitória: após cruzamento, Isac cabeceou firme para o chão. Emerson defendeu em dois tempos, mas, na visão da arbitragem, deixou a bola entrar. Para desespero dos bugrinos, o auxiliar correu para o meio-campo, validou o lance e colocou os potiguares na frente.
A partir daí, repetiu-se o filme de outros tropeços do Guarani na Série B. Assim como contra Joinville e Vitória, o Bugre tinha que, em menos de meio tempo, buscar uma reação. E, tal qual nos jogos anteriores, não mostrou futebol para isso. Apesar de ter três meias, o setor de criação foi apático. Renato errou passes demais, Kleiton Domingues pareceu perdido entre o meio e o ataque e Danilo em nada lembrava o camisa 8 que brilhou no Paulista.
Renato ainda tentou duas vezes, em chutes de fora da área, mas não acertou o alvo em momento algum. No contra-ataque, o América-RN era perigoso. Pingo assustou Emerson em chute cruzado, e Isac até chegou a balançar as redes novamente, mas o lance estava anulado, por impedimento do camisa 9.
Enquanto o centroavante americano era sempre um perigo para os zagueiros do Guarani, Schwenck tentava responder do outro lado do campo. E quase conseguiu aos 29: após cruzamento de Bruno Recife, o veterano meteu a cabeça na bola e forçou Dida a grande defesa. A pressão bugrina aumentava aos poucos, ainda mais com as entradas de Thiaguinho e Ademir Sopa, nos lugares de Renato Ribeiro e Chiquinho.
A pressão só não virou gol por displicência na finalização. Kleiton Domingues recebeu passe de Schwenck e invadiu a área. Livre, o camisa 10 tinha tudo para empatar a partida e dar um respiro ao Guarani, mas adiantou demais a bola e chutou muito fraco. Dida honrou o nome, cresceu para cima do meia bugrino e salvou o América-RN. No fim, o lance polêmico decidiu a partida, em mais uma atuação segura dos donos da casa e irregular dos paulistas.
Fonte: G1
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