Por Josemário Alves / SOS Notícias do RN
A lagoa beneficia toda a região do Vale do Açu. Em tempos passados, a população ribeirinha residente em cinco comunidades ao redor do reservatório chegavam a enviar toneladas de peixes para outros estados como Ceará e Paraíbas, além de outros municípios do Rio Grande do Norte. Hoje, o cenário é agonizante.
“Pra mim ela representava tudo no mundo, hoje em dia é uma tristeza ver ela assim seca, quando eu olho pra dentro dela chega eu choro. Meu marido sai de madrugada de moto pra Touros, arriscando a vida pra ganhar uma mixaria. Quando a lagoa tava cheia, a coisa era diferente, ele vivia em casa, pescando. Uma lagoa dessa me faz falta demais”, disse a moradora Antônia Alves.
Segundo Ítalo Costa, morador do Porto do Piató, os pescadores da região estão se deslocando até outros reservatórios, como a barragem Armando Ribeiro Gonçalves em Itajá, para garantir o seu sustento.
Além da pesca, a Lagoa do Piató era utilizada como um ponto turístico, e fazia sucesso nos períodos festivos como o carnaval, chegando a receber 7 mil pessoas. “Agora não vem ninguém nem mesmo no carnaval”, declara Dioclécio de Souza, representante da comunidade Porto do Piató.
A última vez que o reservatório alcançou o nível mais crítico foi no ano de 1999, mas logo teve sua capacidade recuperada pela metade com a reconstrução de um canal que liga a lagoa ao rio Piranhas-Açu. Entretanto, com a enchente de 2006, o canal foi obstruído e, até então, jamais foi restaurado.
Ítalo Costa, disse ainda á reportagem do SOS Notícias do RN, que a medida mais urgente a ser tomada para reverter à situação seria a reativação do canal.
“Eu acredito que se o governo refizesse o canal, que eles tentaram fazer em 2007 e não deu certo, seria a solução dos nossos problemas”, afirmou.
Em julho, o secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do estado Luciano Cavalcanti, disse à imprensa que tem se reunido com a Agência Nacional de Água e o Ministério da Integração, com objetivo de criar um plano emergencial para este ano, a fim de evitar que a seca prejudique mais ainda o abastecimento de água no Rio Grande do Norte.
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